30/04/10

Um olhar cinematográfico sobre o real



Foi em 2003 que o escritor brasileiro Rubem Fonseca ganhou o Prémio Luis de Camões, concedido anualmente pelos governos de Portugal e Brasil a autores de língua portuguesa. Um prémio de elevado prestígio que já laureou nomes como Miguel Torga, Vergílio Ferreira, José Saramago, Eduardo Lourenço, Sophia de Mello Breyner, António Lobo Antunes e recentemente Arménio Vieira, Rubem Fonseca é o sexto autor brasileiro a alcançar este feito, depois de Jorge Amado (1994) ou Autran Dourado (2000).

O júri, composto pelos portugueses Eduardo Prado Coelho e Isabel Pires de Lima, os brasileiros Zuenir Ventura e Heloísa Buarque de Hollanda, o moçambicano Artur dos Santos e o angolano Pepetela como presidente do júri – também ele vencedor em 1997 – justificaram a escolha de Rubem Fonseca afirmando que os seus contos “contemplam um experimentalismo exemplar com recurso a múltiplos registos oralizantes de linguagem e a um olhar cinematográfico sobre o real” e destacando ainda o olhar do autor sobre a questão social e os conflitos do quotidiano urbano.

(foto de José Henrique Fonseca)

28/04/10

Nova co-produção CTB e EN



Aproxima-se a estreia da Trilogia 1Jose 2Rubem 3Fonseca, a segunda co-produção da Companhia de Teatro de Braga com A Escola da Noite. Com encenação e dramaturgia de António Augusto Barros, a partir de textos de Rubem Fonseca, a trilogia subirá ao palco do Theatro Circo, em Braga, após ter sido apresentada no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra.

26/04/10

TROILO E CRÉSSIDA



Troilo e Créssida
de William Shakespeare

29 de Abril a 16 de Maio*
Sala Principal do Teatro Municipal de Almada

Troilo e Créssida, de William Shakespeare, peça inédita em Portugal, estreia na próxima quinta-feira, 29 de Abril (21h30), no Teatro Municipal de Almada, numa co-produção Companhia de Teatro de Almada, CTB – Companhia de Teatro de Braga e ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve.

Dirigida por Joaquim Benite e José Martins, a peça de Shakespeare conta a história do amor arrebatado e trágico, vivido durante a guerra de Tróia, entre o herói Troilo - filho de Príamo, rei de Tróia - e a grega Créssida, que se revela uma heroína moderna ao enfrentar o seu destino e se adaptar corajosamente à condição de moeda de troca que lhe é imposta pelo Estado troiano.

Em Troilo e Créssida, os heróis mitológicos helenos, como Aquiles, Ulisses, Paris, Príamo, Agamémnon, Pátrocolo, Ájax, são tratados, na generalidade, como políticos hábeis e sem escrúpulos, ambiciosos e não preparados para a responsabilidade das funções que desempenham.

Considerado um texto menor ao longo de quase dois séculos – foi escrito no início do século XVII –, a peça, desprezada até finais do século XIX, impressionou grandes criadores contemporâneos pela crueza com que retrata o carácter duvidoso dos heróis da Guerra de Tróia, mais interessados na afirmação dos seus interesses mesquinhos e venais, do que num esforço colectivo de vitória. Paixões ocultas, combates à espada, jogos de pura intriga ou de desbragada comédia, enredam as personagens, que, embora provenham da tradição grega antiga e da literatura inglesa medieval, estão muito próximas da insegurança anti-heróica em que hoje vivemos, das estratégias com que tentamos sobreviver num mundo de enganos, de um genuíno apego à vida, menos preocupado com moralizações fáceis do que com a compreensão do tempo que nos coube.


Ficha técnica e artística:
Texto: William Shakespeare
Tradução: António Conde
Encenação: Joaquim Benite, José Martins
Assistente de Encenação: Rodrigo Francisco
Cenografia e Figurinos: Christian Rätz
Assistência de Cenografia e Figurinos: Joana Ferrão
Intérpretes: André Laires; Jaime Soares; Mónica Lara (actores da CTB); Alberto Quaresma, André Albuquerque, André Gomes, André Silva, Carlos Pereira, Carlos Santos, Celestino Silva, Ivo Alexandre, João Abel, Luís Vicente, Luzia Paramés, Manuel Mendonça, Maria Frade, Mário Spencer, Marques d’Arede, Miguel Martins, Tânia Silva


*Carreira de 29 de Abril a 16 de Maio. Dias 4 e 11 de Maio às 16h. Sessão extra dia 14 de Maio às 16h.


Digressão Nacional:
22 e 23 de Maio, Auditório Municipal de Lagoa
3, 4 e 5 de Junho, Theatro Circo, Braga

19/04/10

Inês de Castro, até ao fim do mundo


 

Inês de Castro, até ao fim do mundo...
pelo Grupo Dragão 7 (Brasil)

26 de Abril – 21h30
Theatro Circo


A Companhia de Teatro de Braga, em colaboração com o Theatro Circo e a Câmara Municipal de Braga apresentam Inês de Castro - até ao fim do mundo..., pela companhia brasileira Grupo Dragão 7. A trágica história de amor do par romântico mais célebre da cultura portuguesa, Dom Pedro I e Inês de Castro, sobe ao palco da sala principal do Theatro Circo, dia 26 de Abril (21h30).

Inspirado no livro “Mensagens de Inês de Castro”, de Chico Xavier e Caio Ramacciotti, o trabalho dramático fala de um amor que venceu os séculos saído de uma idade média, onde a paixão, morte, dor, ódio, poder, razões de Estado, loucura e beleza, que estão neste episódio da história, constituem afinal, o que é a essência da humanidade nos seus “sucessos” e “fracassos”.

Pedro I: Ralph Maizza
Inês de Castro: Letícia Bortoletto
Dom Dinis e Dom Afonso IV:Eduardo Chagas
Rainha de Aragão Isabel/Rainha Beatriz: Marli Bortoletto
Aia Ana: Beth Rizzo
Constança Manuel: Dulcinéia Dibo
D. Lopo Fernandes: Sergio Thalles
Diogo Lopes: Neviton de Freitas
Álvaro Gonçalves: Sergio Thalles
Pero Coelho: Alexandre Rabelo
Deus Chronus: James Silva

Concepção e Direcção: Creusa Borges | Assistente de Direcção: Romana Vasconcelos | Produção: Beth Rizzo | Assessoria de Imprensa: Paulo de Simone | Dramaturgia: Neviton de Freitas e Sergio Thalles | Adaptação livre do livro “Mensagens de Inês de Castro” de Francisco Cândido Xavier e Caio Ramacciotti |
Supervisão Ortográfica: Adriana Ramacciotti | Cenário e Iluminação: Fernando Vagner | Trilha Sonora: Neviton de Freitas e Creusa Borges | Sonoplastia: Marcos Dias Barros | Figurinos: Luísa Pinto | Costureiras: Judith, Alice e Vera | Espadas/Lutas Medievais: Marco Gimenez | Coreógrafo: Alexandre Arco e Flexa

Bilhetes: 10€ (desconto de 50%: estudantes, reformados e protocolos)
M/12

09/04/10

Trilogia 1 José 2 Rubem 3 Fonseca



Nos próximos dias 15, 22 e 29 de Abril estreiam no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, três espectáculos a partir da obra de Rubem Fonseca:

1. José 2. Rubem 3. Fonseca.

Uma trilogia Rubem Fonseca, com dramaturgia e encenação de António Augusto Barros, numa co-produção d’A Escola da Noite com a Companhia de Teatro de Braga. Os espectáculos estão em cena em Coimbra até 1 de Maio, de quinta a sábado, sempre às 21h30, de acordo com o seguinte calendário

3 Fonseca 15, 16 e 17 de Abril
2 Rubem 22, 23 e 24 de Abril
1 José 29, 30 de Abril e 1 de Maio

No Theatro Circo, em Braga, a Trilogia tem estreia marcada para 8 de Maio e ficará em cena até dia 22 do mesmo mês.

Rubem Fonseca nasceu em Minas Gerais em 1925, mas vive no Rio de Janeiro desde os oitos anos. O seu universo literário é fortemente marcado pelo quotidiano e pela violência latente das grandes cidades, num registo em que o humor, o humor negro, a trama de policial (e, a espaços, a escatologia) servem, afinal, a profunda humanidade das personagens que o habitam.

Formado em direito e com uma (curta) carreira de investigador policial, Rubem conviveu muito de perto com as tragédias humanas que povoam os seus textos. Vem talvez daí a sua recusa tanto em justificar ou relativizar as diferentes formas de violência entre os homens, quanto em produzir discursos universais e moralistas. A complexidade dos homens – dos seus comportamentos, dos seus afectos, dos seus instintos – dá-se mal com as fórmulas simples em que tantas vezes a queremos resumir.

Também por isso, a obra de Rubem Fonseca merece uma leitura abrangente, capaz de descobrir e dar a conhecer as continuidades, as complementaridades, os cruzamentos, os pontos de contacto entre os seus oito romances e as várias dezenas de contos que publicou.

É essa leitura que nos propomos fazer, através do teatro, ao transpor para o palco (pela primeira vez em Portugal) cerca de 20 dos seus contos em três espectáculos diferentes que podem ser vistos autonomamente mas onde os espectadores que virem os três poderão perceber soluções de continuidade que os ligam e ficar com uma imagem mais abrangente da produção literária do escritor brasileiro.

Este espectáculo é a segunda co-produção entre A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga, a primeira foi “Sabina Freire” de Manoel Teixeira-Gomes, com encenação de Rui Madeira.


textos Rubem Fonseca encenação António Augusto Barros elenco Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud | Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá | figurinos Ana Rosa Assunção | desenho de luz  Jorge Ribeiro | som  Eduardo Gama | vídeo Luís Lopes | grafismo Ana Rosa Assunção | fotografia Augusto Baptista | ESPECTÁCULOS PARA MAIORES DE 16 ANOS