16/11/17

A CTB apresenta "As Criadas" no Festival de Teatro de Viana do Castelo

Amanhã, dia 17, a Companhia de Teatro de Braga (CTB) apresenta AS CRIADAS, de Jean Genet, no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo.

Exactamente um ano após a primeira apresentação pública – antestreia a 17 de Novembro de 2016 – no Theatro Circo, o espectáculo encenado por Rui Madeira (numa co-produção com a Seiva Trupe, do Porto) vai a cena, na sala vianense, no âmbito do 1º Festival de Teatro de Viana do Castelo, organizado pela companhia de Teatro do Noroeste e que decorre até 18 deste mês.

AS CRIADAS de Genet encerraram o ciclo Liberdade e Solidão, a que nos obrigamos desde 2013, no ano exacto em que perfez 30 anos da morte do dramaturgo francês. Jean Genet que abordado sobre o problema do tempo, respondeu como Santo Agostinho: “Espero a Morte”.

A 130ª produção da CTB fez até ao momento, 20 representações em 11 cidades portuguesas e espanholas (Braga, Barcelos, Porto, Évora, Badajoz, Cáceres, Almada, Faro, Sevilha, Saragoça e Covilhã).

SOBRE O AUTOR
“Genet é a obscenidade que segue a par com a nobreza, o execrável e o sublime. Nascido de pai incógnito e logo abandonado pela mãe num asilo da Assistência Pública, será nele – órfão com vida apenas vivida em cenários de casas de correcção, prisões e espeluncas – que o séc. XX encontrará um místico entre os que tem de maior estatura. Um anjo que transporta a ferocidade em pleno rosto. O seu sonho permanente era “reabilitar” a miséria humana, onde ele próprio, Genet, se encontrava.” (Yukio Mishima)

Clara Lemercier (Sílvia Brito) e Solange Lemercier (Solange Sá), as irmãs homicidas de As Criadas

SOBRE O ESPECTÁCULO
Genetialidade
Como numa matrioska o texto dentro do texto dentro do testo, como numa história que se repete sem fim como duas irmãs devotas e humildes como numa cebola que se descasca como numa vida que se vive como o prazer de um serial killer como duas criadas que vestem gestos da patroa como que adrenalina que se experimenta como duas irmãs que treinam o ódio para atingir o indizível como numa aliança de sangue como num terço que se reza sem fim como que em voz baixa como duas irmãs curvadas como o cuspo que nos sai da boca como o escarro que se engole e nos aperta a goela como se vive a Liberdade como o suor duma penetração anal como um ranger de dentes num silêncio de gelo como um pedaço de carne que sai quente do forno e como entra à força na boca do corpo como se maquilha a Solidão como dois corpos se combatem como duas bocas se abrem como duas bocas se fecham como o tempo do silêncio como quando nada se escuta como a palavra: AMOR!
Rui Madeira
Ficha artística
autor Jean Genet | tradução Eduardo Tolentino de Araújo e Rui Madeira | dramaturgia e encenação Rui Madeira| cenografia Acácio de Carvalho | figurinos Manuela Bronze | desenho de luz Nilton Teixeira | design gráfico Carlos Sampaio | fotografia Paulo Nogueira | assistente de encenação Eduarda Filipa|interpretação Sílvia Brito, Solange Sá e Mariana Reis

co-produção Companhia de Teatro de Braga / Seiva Trupe – Teatro vivo



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